o data center do tiktok em caucaia
o que a gente ao oferecer benefícios pra construção destes espaços sendo que a tecnologia que roda ali dentro não é nossa, gera pouquíssimo emprego e ainda consome nossos recursos naturais?
Tão querendo construir um centro de processamento de dados na beira de um rio, num território indígena, que vai consumir 30 mil litros de água e mais energia elétrica que 2 milhões de brasileiros – mesmo assim, a obra foi licenciada como uma construção de baixo impacto que dispensa um estudo dos efeitos do data center no meio ambiente 🤡
Isso que tá acontecendo em Caucaia, no Ceará, é um ótimo exemplo de como o Estado cede nosso território, nossa água e nossa energia para sustentar máquinas de uma multinacional estrangeira, sem qualquer controle ou repasse sobre a tecnologia que opera ali dentro.
Como nosso país não tem uma regulamentação pra esse tipo de empreendimento, cada estado pode definir como a construção vai ser definida. Em Caucaia, o mega data center do TikTok, em parceria com a empresa Casa dos Ventos, foi enquadrado numa categoria genérica chamada "construção civil", que serve desde kartódromo até parque de vaquejada.
O Estado garante recursos naturais, tarifas vantajosas e mão de obra barata pra empresas estrangeiras concentrarem lucro, propriedade intelectual e poder geopolítico, sem nada disso ser convertido em benefícios reais para o povo brasileiro 🙅♂️
Além de protestos do povo indígena Anacé, foram protocoladas representações no Ministério Público Federal e no Ministério Público Estadual pedindo a suspensão do licenciamento.
O objetivo é não apenas barrar a construção – que é uma merda –, mas também exigir um marco regulatório nacional pra centros de processamento de dados, com regras claras de licenciamento e garantias de participação popular.
Isso é o mínimo, já que esses data centers não trazem desenvolvimento nem inovação para o Brasil. Sem soberania digital, são só grandes armazéns pra big tech extrair e exportar nossos dados e nos manter como colônia.
soberania digital e soberania popular são inseparáveis
Assim como os homens e mulheres Anaé, nós que trabalhamos no setor de tecnologia precisamos ocupar nossos lugares na luta coletiva. Precisamos disputar a direção da tecnologia no Brasil e colocá-la a serviço do povo.
Isso significa construir coletivos, sindicatos e partidos capazes de articular nossa produção com as necessidades reais da sociedade.
De que adianta oferecer benefícios pra construção de armazéns de processamento de dados sendo que a tecnologia que roda ali dentro não é nossa, gera pouquíssimo emprego e ainda consome nossos recursos naturais?
Nossas habilidades tem potencial transformador enorme demais pra sermos apenas uma colônia digital.


